Exposições em cartaz
[Mostra Coletiva Cena Ocupa 2024]
Em cartaz até 28 de julho de 2024, as visitações podem ser feitas de quarta a sexta, das 9h às 18h, e aos sábados, domingos e feriados, das 13h às 18h, sempre com último acesso até as 17h30.
Sobre as exposições
Trava Peste: linda quanto sol
De Isadora Ravena, com curadoria de Lucas Dilacerda
Na exposição "Trava da peste: linda quanto sol", com curadoria de Lucas Dilacerda, a artista Isadora Ravena discute a mutação da espécie humana e, por meio de imagens e instalações, aborda temas como mudanças climáticas, calor, espiritualidade e corpo. Entre as questões centrais da mostra, propõe a superação do que se entende por transição de gênero (deixar de ser homem para tornar-se mulher ou vice-versa) e transmutação do corpo, para além da categoria de gênero. As obras instigam à ampliação desta e de outras visões limitadas, a partir de um novo paradigma ecológico que encara a transição como mutação da espécie. "Em uma época afetada pelas mudanças climáticas, crises ambientais e aquecimento global, a produção aponta que corpos trans já estão em mutação rumo a outras formas de vida que se fazem em alianças elementares com a matéria, a paisagem, os astros e o sol", afirma o curador.
Além disso, a exposição apresenta uma instalação inédita em homenagem aos 75 anos de nascimento da artista transsexual Márcia Mendonça, que nasceu em 1949 na cidade de Limoeiro do Norte, sertão do Ceará, e nos deixou uma vasta produção artística que transita entre o sagrado e o profano, entre a memória e o esquecimento, sendo considerada a 5ª maior pintora de arte sacra do mundo.
"Trava da peste: linda quanto sol" possui um projeto de acessibilidade que contempla ações como tradução em Braille, interpretação em Libras, legendagem para surdos e ensurdecidos, fonte ampliada, alto contraste, obras táteis e audiodescrição em todas as obras. O projeto foi realizado por especialistas da área - tais como linguistas, fonoaudiólogos, roteiristas, designers e demais especialistas em acessibilidade -, além da consultoria de usuários e pessoas com deficiência. O espaço do museu dispõe de arquitetura acessível e cadeira de rodas na recepção.
Cansanção em Flor
De Dinha Fonsêca, Andréa Sobolive, Williana Silva, Maria Macêdo e Eliana Amorim, com curadoria de Maria Macêdo e Eliana Amorim
Com trabalhos nas linguagens da videoperformance, fotografia, gravura, instalação, pintura, impressão e ilustração botânica, a exposição coletiva é integrada por cinco mulheres artistas da região do Cariri cearense: Dinha Fonsêca, Andréa Sobolive, Williana Silva, Maria Macêdo e Eliana Amorim. Fazendo uma referência direta à biodiversidade, a chapada, as plantas como modelo de existência possível, um grande ecossistema onde as mais diferentes espécies convivem e confluem, o coletivo convida os espectadores a, inspirados nos territórios da Chapada do Araripe para pensar possibilidades de elaboração de vidas e de práticas artísticas, guiadas pelos saberes de base originária e negra que perpassam as artes, a cultura, os saberes e práticas populares da região.
Cultivando um processo de simbiose entre a ciência da mata, as práticas de cura, o manejo da terra e o cuidado com as novas sementes que nos vingarão, as obras perpassam questões como identidades, territórios, migração, naturezas e afetividades, dentre outros
Nome dado a várias espécies de urtigas que têm propriedades curativas e nutricionais, "Cansanção" faz referência às práticas de fertilização das imagens atreladas à agricultura da terra como analogias para a criação artística, para o reflorestamento dos imaginários acerca dos diversos campos de produção de imagens e saberes.
Escuta Sensível das Plantas
De Lyz Vedra, com curadoria de Lucas Dilacerda
Estimulada pela necessidade urgente de uma revolução dos afetos para a redução dos danos gerados pela interferência "(des)humana" à biosfera, a artista-pesquisadora travesti negra maracanauense Lyz Vedra nos propõe uma abertura à experiência corpórea em sintonia com as plantas, para, a partir dela, buscar novos saberes e modos de nos relacionarmos. A exposição é a culminância da pesquisa da artista em dança e ecoperformance. Com obras e instalações que articulam entrelaces poéticos, políticos e afetivos entre a corporeidade travesti da artista e a corporeidade vegetal das plantas, o ambiente imersivo propõe um resgate dos saberes ancestrais do planeta por meio de uma sensibilidade crítica e propõe diálogos por meio do atravessamento entre corpo, imagem, som, dança e ancestralidade a partir do paradigma de uma sobrevivência ecotranstravesti.
Anas, Simôas e Dragões: Lutas Negras pela Liberdade
Curadoria de Ana Aline Furtado e Cícera Barbosa
Com peças do acervo do Museu do Ceará e obras de Adriana Clemente, Alexia Ferreira, Blecaute, Cecília Calaça, Clébson Francisco e Paula Trojany, todos artistas contemporâneos cearenses, a exposição reúne mais de 30 trabalhos, entre lambes, colagens, retratos, instalações, pinturas e outros, que tensionam o apagamento de mulheres negras nos processos de lutas e resistências pela liberdade.
O recorte é fruto do trabalho coletivo de artistas, pesquisadores e historiadores num processo de aquilombamento para destacar a história da resistência negra no Ceará sob uma perspectiva contracolonial, a partir de encruzilhadas entre arte, histórias e memórias das culturas negras cearenses. Segundo Ana Aline Furtado, a pesquisa nasce a partir do desejo de romper o elo do esquecimento e do apagamento programado, desvencilhando a emancipação negra das narrativas brancas, e de, ao honrar essa herança ancestral, orientar a construção de valores e de princípios das gerações que resistem e reconfiguram formas de ser e estar preto nesse mundo, uma reparação simbólica para evidenciar lutas reais pela liberdade, não contadas, de personagens "apagadas" dos registros oficiais, a maioria delas mulheres negras, como Ana Souza, Preta Tia Simoa, Balbina, Felícia, Joana, Vicência, Maria da Ponte, Jovita, Prudência e Maria da Canção, além do próprio Francisco da Matilde, o Dragão do Mar.
Ações Educativas
[Curso] Conservação e Restauração: A Ética em Questão
O curso "Conservação e Restauração: A Ética em Questão", ministrado pelo arquiteto, urbanista e professor Frederico Barros, será encerrado com aula de campo na Praça dos Mártires. Desde março, o ministrante vem compartilhando sua vasta trajetória e abordando temas como conservação, restauração e preservação de algumas das obras de arte da cidade de Fortaleza, a ética aplicada ao patrimônio cultural, a pátina como testemunho histórico e a contemporaneidade como testemunho do presente.
Dia 6 de abril (sábado), às 9h, na Praça dos Mártires. Gratuito para inscritos confirmados. Inscrições encerradas.
Oficina educativa "Pr'onde esse mapa aponta?" com Felipe Teles
Baseados nas proposições de professores e arquitetos como Daniela Marzola Fialho e Careri Francesco e inspirados no aniversário de nossa cidade, partindo de uma cartografia que retorna a sua origem pictórica, ligada a paisagem, o artista e educador Felipe Teles lançará um olhar sobre a forma como a atravessamos, criando mapas que apontam caminhos por essa cidade-labirintwo.
Dia 13 de abril (sábado), às 14h30, na Sala Experimental Educativo MAC-CE. Gratuito para inscritos confirmados. Acesso gratuito mediante inscrições via bit.ly/oficinaprondeapontaessemapa. Classificação: 14 anos. 30 vagas. Duração: 180 min.